Sobre o Livro 8 do autor Juan Page
Sou aquele que dá sabor à Vida. Sou aquela que serve para dar valor às conquistas, paladar às lágrimas, que ilumina os sorrisos. Sou aquele que dá urgência aos encontros.
(8) Juan Page
Em primeiro lugar esclareço que a proposta aqui não é a de resenhar um livro. Menos. Vou comentar brevemente o que tenho lido. Impressões pessoais bem distantes de ser uma crítica. Conforme a profissão [ESCRITOR] assenta na alma, aprendemos a ler de tudo. Os clássicos que amamos, os obrigatórios que nos obrigamos e até aqueles que nunca ousamos abrir a primeira página com medo de estar lendo no metrô, enfartar e falarem: “Nossa, ele amava Paulo C…”. Brincadeiras a la carte, escrever é a causa e ler, parte do processo. Ler de tudo e todos.
E nesse pedaço de página, o qual poucos são os que ostentam uma prateleira nas livrarias, tem muita gente boa escondida nos grupos de novas(os) escritoras(es), nos fóruns de escrita criativa, nas redes sociais, nas pautas comuns destes imaginativos observadores. E estes novos(as) escritores(as) terão um amplo espaço aqui. É pensando assim que inauguro a categoria – minhas-leituras – & – novos-autores – com o colega escritor
Se um título resume uma obra, este número oito adorna um espectro de pessoas especiais e comuns cuja adequação à sociedade quase às coloca à margem da mesma. Pode soar redundante, mas 8 é feito de pessoas comuns sob o prisma de quem às observa de dentro para fora, cujas atitudes afloram, se relacionam e, obviamente, colhem as consequências. O livro em si é a consequência dos personagens, que quando acordados, vão até o fim.
É mais difícil gostar de gente. Admito. Gostar de gente significa gostar dos defeitos e das idiossincrasias, das hipocrisias, enfim das imperfeições específicas de cada um e da infinita capacidade humana para a atrocidade. Gostar do ser humano é gostar do genérico, do impessoal, do ser utópico.
(8) Juan Page
E quando uso o plural é porque sim, eles são vários. O protagonista age mais como um fio condutor, um aglutinador da narrativa do que como um agente pleno da qual a história depende. Ele é mais um ali no meio. São figuras críveis, bem descritas, com funções bem determinadas em uma teia narrativa muito bem armada. O romance flerta com uma crônica. O cotidiano de uma cidade descrito por causos de pessoas comuns aos olhos de alguns. Não aos olhos do narrador. Outro elemento muito presente, a narrativa.
Uma ode à amizade.. Um gênio que quer se relacionar com a humanidade o mínimo possível. Uma velha travesti viúva. Uma empresária da moda que termina seu noivado. Uma faxineira vítima de violência doméstica e seu casal de filhos. Esses seis personagens se encontram em uma noite e a partir daí suas vidas se modificam.
Uma narrativa que não se esconde, assume um grau de protagonismo a todo momento interferindo, provocando, despertando a autocrítica, a reflexão. Um estilo corajoso de participar da história sem interferir diretamente na mesma. Uma inconsciência do autor pulverizada de modo peculiar dentro da obra. A busca não do que é certo ou errado, mas do como certas coisas podem sim, ser diferentes. De que certas atitudes ou ações não são consequências inequívocas do nascimento, não sendo aquele indivíduo fadado a uma sina. Pequenas coisas mudam pessoas, e é sim, possível resgatar uma vida à deriva.
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