futuro do pretérito
Antes de agora, quando falávamos “olha!” para uma criança e ela automaticamente ousava tocar esse “olhar”, nossa resposta era imediata:
— Ver é com os olhos, não com a mão.
Depois de antes, ao falar “olha!” para o adulto de agora ele automaticamente pega o celular para fotografar e ver depois. Ou pior: fotografar, enviar, checar se enviou, se emburacar na caixinha de virtualices, comentar a foto que tirou e não o ao vivo que esta vivendo.
E assim a gente vai sendo.
Vivo e vendo sempre no futuro do pretérito.
E assim a gente vai conjugando.
Vindo e venda nunca agora.
E assim a gente vaguei e
se perde da hora.
O presente não tarda,
demora.
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