página187,  poesia

brasilidades Nº5

    Ária cantilena encanta, bagagem acomodada ao lado, no assento rústico de madeira repousa a minha saudade. A espera vagueia serpenteando as ruas de pedra, os cavalos cavalando, os pássaros passarando, os amantes ousam caricias ínfimas amarelados pelo lampião que lampeia. A rua sereia, a lua seria, o brinde e a ceia.

    Apito longínquo esfumaça o ar. Esperança de um dia poder voltar,

[ao lar,

     ao meu lar,

ao lar,

     ao meu lar,

ao lar.]

   A estação estaciona, passos passeiam, partidas partilham. Saudades das coisas, dos tempos e das desilusões borradas de vida. Minha terra sempre há de ser minha: o trem parte, o terço reza, um bocejo a mais e a certeza de um tempo jazido em mim.

Sobre o Autor

MCestari
MCestariMarcos Cestari é um quase geólogo graduado em Propaganda e Marketing concluindo a graduação EAD em Letras português/inglês. Palhaço ou Clown, artista de rua, poeta, escritor. Autor do romance Cadafalso Despertar, autopublicação que pode ser comprada aqui no site, na aba /Loja Ladra Livros. [Uma cabeça que pensa, uma cabeça que cria, uma cabeça que é pensa, uma cabeça que é minha]

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